Faz alguns anos que comecei a ouvir falar de empresas horizontais. E desses anos para cá, vi como empresas vem distorcendo essa ideia. Também faz um tempo que escuto falar de empreendedorismo social, mas só agora comecei a entender melhor esses dois modelos de mercado e seu impacto na sociedade e na vida de quem trabalha nestes tipos de empresas.

Quando eu era criança eu tinha um sonho de abrir um negócio. Comecei vendendo para meus pais e irmãos pedrinhas que encontrava no quintal. Anos depois tentei vender adesivos no colégio, mas não foi muito longe, pois eu era uma criança muito tímida. Timidez e vendas não caminham tão bem juntas.

Mesmo assim ainda queria abrir um negócio. Tive várias ideias, mas nenhuma vingou. Na graduação cheguei a começar duas pequenas empresas, mas elas não saíram do planejamento. Mas, um tempo depois, olhando para essas empresas que acabaram antes de começar, vi que não eram bem o que eu queria. Eu me imaginava nessas empresas e não me sentia feliz, mas não sabia o porquê.

Faltava algo e eu precisava descobrir o quê.

Depois da graduação entrei para o mercado e foi quando tive minhas primeiras decepções com o universo do empreendedorismo. Nessa época consumi muito conteúdo de empreendedores que “saíram do zero” e montaram seus grandes negócios inovadores. Foi quando comecei a ver esses empreendedores distorcendo o conceito de empresa horizontal.

O que é uma Empresa Horizontal?

Resumindo, numa empresa horizontal não existe chefes. Todos são chefes, mas também funcionários. As tarefas podem ser divididas igualmente. Todos tem autonomia para tomar decisões. Numa empresa horizontal também deve haver transparência de todos os processos. Com isso também vem muito mais responsabilidades e envolvimento na empresa. Mais responsabilidade é equivalente a mais trabalho e consequentemente melhores salários. Neste caso, uma empresa horizontal defende salários iguais para todos, incluindo o dono oficial da empresa.

E onde muitas empresas que se dizem horizontais estão distorcendo o conceito? Você já deve imaginar quais: transparência e principalmente nos salários iguais.

Quando eu conheci o conceito fiquei encantada, mas depois que descobri que empresários estavam usando da ideia para fazer seus funcionários trabalharem mais ganhando a mesma coisa ou até menos, o ódio tomou meu coração. E a vontade de criar algo diferente, uma empresa horizontal real oficial cresceu. Mas eu ainda não tinha a ideia e nem um objetivo.

Um amigo me disse

Na graduação, a segunda empresa que tentei criar com amigos me fez pensar bastante. Na época, um amigo que eu havia convidado para o projeto, apesar de gostar da proposta, disse que não era o objetivo de vida dele. E isso me fez pensar se aquele era mesmo o meu objetivo de vida. No início parecia tão certo. Mas ainda faltava o impacto que esse negócio teria no mundo.

Antes de entrar na graduação eu pensava muito em que curso faria na universidade. Eu queria fazer algo criativo, mas também queria que fosse útil para a humanidade de alguma forma. Na época minha psicóloga disse que eu poderia fazer a diferença em qualquer área. E acreditando nisso escolhi Comunicação em Mídias Digitais. Hoje não me arrependo do curso. Ele foi de grande contribuição na minha vida, principalmente porque foi nele que criei meu primeiro grande projeto: a Bit.Week.

Meu Primeiro Projeto

A Bit.Week é um evento de Comunicação em Mídias Digitais que tinha 8 eixos do conhecimento: cibercultura, fotografia, audiovisual, jornalismo, desenvolvimento web, arte e criatividade, design e empreendedorismo. Foi o meu bebê por 4 lindos anos. Eu tinha a equipe perfeita, um ambiente perfeito, tudo feito com muito amor. O resultado foi um evento de uma semana com muito conhecimento e experiências trocadas. Recebi feedbacks de pessoas que descobriram sua vocação depois de participarem da Bit.Week.

A Bit.Week era quase um negócio horizontal. Era organizada em hierarquias, mas isso apenas facilitava a comunicação da equipe. Mas no geral, todos participavam. Eu era coordenadora do evento, mas também participava do desenvolvimento do site e quando necessário fazia o trabalho de staff. Também era assim com os outros coordenadores. Desempenhavam várias funções e fazíamos isso, pois acreditávamos no projeto e queríamos vê-lo crescer.

Hoje não faço mais parte da Bit.Week, mas o evento ainda acontece. Como é um evento acadêmico organizado por estudantes, uma hora eu iria deixar de ser estudante, não estaria mais inserida naquele espaço. Assim aconteceu e aproveitei para iniciar um novo ciclo, para me encontrar profissionalmente e desenvolver novas habilidades. Desenvolver um evento como a Bit.Week é um ano inteiro de trabalho, requer muita dedicação e pouco tempo para outras atividades.

E foi durante a Bit.Week que conheci outro termo: o empreendedorismo social.

O que é Empreendedorismo Social?

Basicamente é uma empresa que tem como propósito o impacto social. Diferente de ONGs, uma empresa social tem fins lucrativos. Empresas sociais podem vender produtos ou serviços, mas parte dos ganhos vão para projetos sociais.

Um exemplo que adoro dar de uma empresa horizontal e social é a Dobra, que fabrica carteiras fininhas e sustentáveis de papel. A Dobra tem um curso que estou louca para fazer sobre o modelo de negócio deles, porque é isso que quero fazer:

Desenvolver um negócio horizontal e com impacto social.

Mas aí voltamos para a questão da ideia de criar algo diferente com impacto social. Neste caso, acho que estou mais perto do que antes. E como sempre, minhas antigas experiências vão ajudar muito.


É isso pessoas! Espero que tenham gostado desse texto e se quiserem bater um papo, também estou no Instagram e no Twitter.

Sobre o Autor:

Layse é apaixonada por organização pessoal e criatividade. Trabalha na área de Marketing com foco em conteúdo, mas também adora ilustrar! Sua razão de viver são seus 2 bebês felinos: Narceja e Momo ♥

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2 comentários

  1. Layse, já era seu fã desde a época da Bit.Week, quando nos conhecemos, e agora mais ainda. Realmente existem muitos conceitos distorcidos no mundo dos negócios. Adoro a abordagem do empreendedorismo social (ou de impacto) e acho que todo negócio tem como função social transformar positivamente o meio que ele está inserido e sua comunidade. Parabéns pelo excelente texto e sucesso! 🙂

    1. Fico muito feliz de ler isso 😍. Eu venho estudando muito esse tema ultimamente e espero em breve lançar um novo projeto com essa proposta de impacto social. Com este blog já estou estudando como fazer isso também.

      E obrigadaa!!! Fico feliz que gostou ^^

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